Importação e exportação são atividades fundamentais para o comércio exterior e para a economia global. Elas consistem na troca de bens e serviços entre países, o que gera benefícios para os envolvidos.
Em 2022, o Brasil exportou um total de US$ 335 bilhões, enquanto importou US$ 272,7 bilhões. Isso configurou um crescimento de 21,5% em relação a 2021 e caracterizou um superávit de US$ 62,3 bilhões.
Para entender este cenário, é fundamental entender o que é importação e exportação, sua importância, os processos e quais são os principais produtos negociados pelo Brasil.
Apontaremos, também, quais são as regulamentações e barreiras comerciais e as tendências e desafios para o futuro.
Vamos lá?
Índice de conteúdo
1. O que é importação e exportação?
2. Por que a importação e exportação são importantes para a economia global?
3. Como funciona o processo de importação?
4. Quais são os principais produtos importados e exportados pelo Brasil?
5. Regulamentações e barreiras comerciais
6. Quais são as principais tendências na importação e exportação?
7. Diferenças entre os valores de importação e exportação
8. Conclusão
O que é importação e exportação?
A importação é a compra de bens ou serviços produzidos em outro país, enquanto a exportação é a venda deles para fora do país produtor. Essas duas operações de comércio exterior podem ser realizadas por empresas, governos ou indivíduos, desde que estejam de acordo com as leis e normas vigentes.
Elas também podem apresentar diferentes modalidades conforme o tipo de produto, o valor da operação, o regime tributário, o grau de intervenção do governo e o nível de responsabilidade do exportador ou importador.
Tipos de importação e exportação
Os principais tipos de importação são:
- Por encomenda: o importador contrata outra empresa intermediária, como uma trading company, que assume a gestão e a negociação da operação.
- Por conta e ordem: o importador realiza a operação por conta e ordem de um terceiro, que é o verdadeiro proprietário da mercadoria e é quem arca com os custos.
- Direta: não há intermediários, e o importador trata diretamente com o vendedor estrangeiro. Ele assume todas as responsabilidades, desde a pesquisa por fornecedores até o desembaraço aduaneiro.
Os tipos de exportação são bem semelhantes e seguem a mesma lógica. Veja:
- Direta: o fabricante produz, vende e exporta, assumindo todas as despesas e responsabilidades, desde a embalagem até o desembaraço e frete internacional.
- Indireta: a empresa fabricante vende seus produtos para outra empresa nacional, e esta assume a operação e a negociação da exportação. O fabricante é, assim, um mero vendedor local.
- Consórcios: é um modelo em que empresas de segmentos produtivos iguais ou complementares se unem para exportar seus produtos em uma operação viável, cuja finalidade é a redução dos custos aduaneiros e a expansão internacional.
Agora que você já sabe o que é importação e exportação, vamos entender a importância dessas operações para a economia global.
Por que a importação e exportação são importantes para a economia global?
As práticas de importação e exportação são importantes para a economia global por diversos motivos. Elas permitem:
- Aumentar a oferta e a demanda de bens e serviços: elas ampliam as possibilidades de consumo e produção dos países, e oferecem mais variedade, qualidade e competitividade aos produtos disponíveis no mercado;
- Estimular a integração e a cooperação entre os países: as operações promovem o intercâmbio cultural, político e diplomático entre os países, o que contribui para fortalecer os laços de amizade, parceria e solidariedade entre as nações. Vide o Mercosul.
- Promover o desenvolvimento econômico e social: como outras atividades, importação e exportação geram emprego, renda, investimento, inovação e crescimento para os países envolvidos. Com isso, contribuem para a melhoria das condições de vida da população.
Quais são as principais vantagens e desvantagens da exportação?
Muitas empresas buscam realizar importações e exportações para se tornarem mais competitivas no mercado e aproveitar as vantagens dessas operações.
Produtos de qualidade e bom custo-benefício, e diversidade de fornecedores são algumas delas.
A seguir, detalhamos os principais benefícios que a exportação de produtos pode trazer para as empresas e para os países que realizam essa atividade:
- Diversificar os riscos: com a redução da dependência do mercado interno, as empresas conseguem enfrentar melhor as oscilações da demanda, da concorrência e da economia nacional;
- Aumentar o faturamento e os lucros: a exportação permite às empresas ampliar o seu mercado consumidor e aproveitar as oportunidades de negócios no exterior. Isso gera mais receita e rentabilidade;
- Aproveitar os incentivos fiscais: a exportação pode contar com benefícios tributários, como a isenção ou suspensão de impostos sobre a produção e a comercialização dos produtos destinados ao exterior;
- Melhorar a competitividade: esta operação estimula as empresas a investir em qualidade, inovação, produtividade e eficiência,. Afinal, elas precisam se adaptar às exigências e preferências dos consumidores estrangeiros.
Por outro lado, a exportação também pode apresentar algumas desvantagens ou dificuldades para as empresas e para os países que realizam essa atividade.
Algumas delas são:
- Burocracia: a operação envolve uma série de procedimentos legais e administrativos, que exigem tempo, dinheiro e conhecimento por parte das empresas;
- Maior tempo de retorno financeiro: empresários inexperientes podem não ter tanto sucesso nas primeiras exportações, o que alonga o tempo para obter retorno financeiro.
- Variações cambiais: a exportação está sujeita às flutuações da taxa de câmbio entre as moedas dos países envolvidos, o que pode afetar a competitividade e a rentabilidade dos produtos;
- Barreiras comerciais: há casos em que a exportação esbarra em obstáculos impostos pelos países importadores, como tarifas aduaneiras, cotas, subsídios, normas técnicas, sanitárias e ambientais;
- Custos logísticos: esse tipo de operação demanda um planejamento e uma gestão eficiente do transporte, do armazenamento e da distribuição dos produtos no exterior, o que pode encarecer a operação;
- Barreiras culturais: existem grandes diferenças culturais entre determinados países, o que pode trazer prejuízos e dificuldades na hora das negociações. Isso ocorre especialmente quando a equipe não possui experiência e conhecimento do mercado externo.
Quais são as principais vantagens e desvantagens da importação?
A importação de produtos é uma operação que vem crescendo no Brasil. Muitas pequenas e médias empresas buscam auxílio para entrar neste segmento, pois ele pode trazer diversas vantagens, como:
- Ampliar o portfólio de produtos: permite às empresas oferecer aos seus clientes produtos diferenciados, inovadores e exclusivos, que não são encontrados no mercado interno;
- Aproveitar as oportunidades de mercado: as empresas conseguem aproveitar as demandas e tendências do mercado interno a partir da compra de produtos importados;
- Acessar novas tecnologias: os importadores têm acesso a novas tecnologias, conhecimentos e técnicas que podem melhorar o seu desempenho e a sua capacidade produtiva.
- Reduzir os custos de produção: com a importação, as empresas podem adquirir insumos, matérias-primas, máquinas e equipamentos de melhor qualidade e menor preço no exterior, o que aumenta a sua eficiência e competitividade.
No entanto, esses benefícios podem ser suplantados por algumas desvantagens ou dificuldades que podem aparecer caso as empresas não tenham conhecimento para realizar a importação.
Fique atento à:
- Burocracia: os inúmeros procedimentos legais e administrativos são burocráticos e exigem tempo, dinheiro e conhecimento por parte das empresas;
- Problemas logísticos: além de demandar muita ação para ter uma gestão eficiente de transporte, armazenamento e distribuição dos produtos no país de destino, o importador está sujeito a atrasos na entrega das mercadorias importadas.
- Dependência da situação externa: a importação pode estar sujeita a fatores externos que fogem do controle das empresas, como crises políticas, econômicas ou sanitárias nos países fornecedores, que podem afetar o abastecimento e a qualidade dos produtos.
Como visto, as operações de comércio exterior podem proporcionar novos negócios e presença global para as empresas nacionais, dentre outros benefícios.
Ao mesmo tempo, a burocracia e os problemas logísticos podem comprometer a operação de importação e exportação.
Para tentar minimizar os riscos, é fundamental conhecer o processo.
Como funciona o processo de importação?
O processo de importação é o conjunto de etapas que envolve desde a escolha do fornecedor até a nacionalização dos produtos no país de destino.
Ele varia de acordo com o produto, o valor da operação, o regime tributário e a modalidade de importação escolhida.
Separando o processo em etapas maiores, podemos entender seu funcionamento da seguinte maneira:
- Fase comercial: pesquisa e seleção de fornecedor, negociação das condições de compra, cotação ou proforma invoice (fatura proforma), verificação da necessidade de licença de importação e formalização do pedido de compra;
- Fase cambial: contratação de câmbio, definição na forma de pagamento e pagamento ao fornecedor;
- Fase administrativa: documentação da importação necessária para o despacho aduaneiro;
- Fase fiscal: despacho aduaneiro junto à Receita Federal, recolhimento de impostos e taxas incidentes sobre a importação, desembaraço aduaneiro e nacionalização dos produtos.
Agora você já sabe um pouco mais sobre o que é importação e exportação. Que tal ver na prática os produtos mais comercializados pelo Brasil?
Quais são os principais produtos importados e exportados pelo Brasil?
O Brasil é um país com uma economia diversificada e com uma forte participação no comércio exterior.
Segundo dados do portal Comex-Vis, entre janeiro e abril de 2023, o Brasil exportou US$ 103,3 bilhões e importou US$ 79,4 bilhões, gerando um saldo comercial positivo de US$ 23 bilhões.
Veja na imagem a seguir:
Os principais produtos exportados pelo Brasil em 2022 foram:
- Soja (18% do total);
- Petróleo bruto (12%);
- Minério de ferro (8%);
- Milho (2,9%);
- Café não-torrado (2,1%).
No caso da importação, tivemos:
- Combustíveis e lubrificantes (7,5%);
- Adubos ou fertilizantes químicos (5,8%);
- Outros produtos da indústria de transformação (4,4%);
- Válvulas e tubos termiônicos (3,9%);
- Medicamentos e produtos farmacêuticos (3,8%).
Regulamentações e barreiras comerciais
Antes de realizar operações de importação e exportação, o empresário deve conhecer as regulamentações e barreiras comerciais.
Estes instrumentos são utilizados pelos países para controlar e proteger o seu comércio exterior. Elas podem ter diferentes objetivos, como:
- preservar o meio ambiente;
- garantir a segurança nacional;
- promover o desenvolvimento social;
- defender os interesses econômicos ou políticos.
Você sabe quais são as principais regulamentações relacionadas à importação e exportação? Veja a seguir:
- Regimes aduaneiros: modalidades de tratamento aplicadas às mercadorias que entram ou saem do país, de acordo com a sua finalidade e o seu destino. É o caso do drawback.
- Acordos comerciais: tratados ou pactos firmados entre países ou blocos econômicos para estabelecer regras e benefícios para o comércio entre eles. O Mercosul é um bom exemplo.
- Certificados de origem: documentos que comprovam a origem dos produtos exportados ou importados, atestando o país ou o bloco econômico onde foram produzidos ou fabricados.
- Licenças de importação e exportação: autorizações concedidas pelo governo para a realização de operações de determinados produtos, que podem estar sujeitos a restrições ou exigências específicas.
E quais são as principais barreiras que as empresas enfrentam ao exportar ou importar produtos? São elas:
- Tarifárias: impostos ou taxas cobrados pelos países sobre os produtos que entram ou saem do seu território.
- Não tarifárias: medidas ou restrições impostas pelos países sobre os produtos que entram ou saem do seu território, que não envolvem a cobrança de impostos ou taxas. Cotas, normas técnicas, sanitárias e ambientais são bons exemplos;
- Logísticas: dificuldades ou obstáculos relacionados ao transporte, ao armazenamento e à distribuição dos produtos no exterior. Podem estar associadas a infraestrutura, legislação, burocracia ou segurança dos países envolvidos.
- Culturais: diferenças ou divergências relacionadas à cultura, à língua, aos costumes, aos valores ou às preferências dos consumidores estrangeiros, que podem dificultar a comunicação, a negociação e a adaptação dos produtos ao mercado externo.
Quais são as principais tendências na importação e exportação no futuro?
A importação e exportação são atividades dinâmicas e complexas, que estão em constante transformação e evolução.
Por isso, é importante que as empresas e os países estejam atentos às principais tendências e desafios que podem impactar o comércio exterior no futuro.
A digitalização e a automação dos processos podem otimizar e integrar os processos de importação e exportação, reduzir custos, tempo e erros.
A sustentabilidade e a responsabilidade social é uma preocupação crescente e influencia as decisões de compra e venda dos consumidores e dos fornecedores.
A diversificação e a personalização dos produtos tornou-se uma demanda do mercado consumidor. Por isso, a inovação constante e a adaptação às preferências locais passa a ser uma prioridade das empresas.
Por fim, destacamos também a competitividade e a cooperação entre os países. O comércio exterior é um campo de disputa e de parceria entre os países, que buscam defender os seus interesses econômicos e políticos.
Diferenças entre os valores de importação e exportação
Se você está cogitando realizar importações e exportações, é importante entender os valores envolvidos em cada operação.
Tecnicamente, esses valores são indicadores que medem o volume e o valor das operações de compra e venda de bens e serviços entre países.
Eles podem ser utilizados para avaliar o desempenho do comércio exterior, a balança comercial, a corrente de comércio e a participação dos países no mercado global.
E há várias formas de calcular, como:
- Valor FOB (Free On Board): valor da mercadoria no ponto de embarque no país exportador, sem incluir o frete e o seguro internacionais;
- Valor CIF (Cost, Insurance and Freight): valor da mercadoria no ponto de desembarque no país importador, incluindo o frete e o seguro internacionais;
- Valor aduaneiro: valor da mercadoria utilizado para fins de tributação na aduana do país importador, que pode ser baseado no valor FOB ou no valor CIF.
Conclusão
Importação e exportação são operações de comércio exterior de extrema relevância para a economia global e para as empresas brasileiras.
Elas podem trazer muitos benefícios, como lucratividade e competitividade, desde que sejam bem executadas. Os riscos e desvantagens podem, inclusive, ser minimizados com o auxílio de especialistas.
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