Você já parou para pensar na enorme quantidade de dados gerados em transações comerciais globais e como esses dados são valiosos para os tomadores de decisão?
Se não, esse é o momento para começar a pensar. Se sim, deve ser por isso que você veio até aqui.
O conceito de Big Data na importação está se tornando cada vez mais relevante à medida que as empresas buscam maneiras de otimizar suas operações e ganhar vantagem competitiva no mercado global.
Com a quantidade crescente de informações disponíveis — e que vem de fontes como transações financeiras, registros de embarque, dados de mercado e até mesmo dados climáticos — as empresas têm à sua disposição um vasto tesouro de dados para explorar.
Então, se quiser entender mais sobre o tema e seu impacto nas decisões, continue lendo!
1. O que é Big Data?
2. Como funciona Big Data na importação?
3. Como o Big Data está sendo utilizado no comércio exterior?
4. Quais os dados que podem ser utilizados nas operações de importação?
5. Adotando o Big Data para otimizar a operação: passo a passo
O que é Big Data?
Big Data refere-se ao vasto volume de dados que são gerados, coletados e processados em alta velocidade e variedade de formatos.
É um conceito que vai muito além da simples quantidade de dados. Ele também diz respeito a três outros elementos: a velocidade com que são gerados, a diversidade de suas fontes e a complexidade de suas estruturas.
A essência do Big Data está na capacidade de extrair informações significativas e acionáveis a partir desses conjuntos de dados volumosos e complexos.
Isso é alcançado através de técnicas avançadas de coleta, armazenamento, processamento e análise de dados, muitas vezes com o suporte de tecnologias como computação em nuvem, inteligência artificial e machine learning.
Como funciona Big Data na importação?
O funcionamento do Big Data na importação envolve várias etapas cruciais que permitem a coleta, processamento, análise e aplicação dos dados para melhorar os processos de importação.
Em primeiro lugar, é a coleta de dados: registros de embarque, transações financeiras, dados de fornecedores, informações de mercado e até mesmo dados climáticos.
Esses dados são frequentemente heterogêneos, provenientes de diferentes sistemas e formatos, o que requer a integração e organização adequada.
Uma vez coletados, os dados são armazenados em sistemas de armazenamento de dados distribuídos e escaláveis, como bancos de dados NoSQL ou sistemas de arquivos distribuídos.
Isso permite que grandes volumes de dados sejam armazenados e acessados de forma eficiente.
Em seguida, os dados passam por processos de limpeza e preparação, onde são verificados quanto à qualidade e integridade.
É o momento de fazer, por exemplo, a remoção de duplicatas, correção de erros e normalização de dados para garantir que estejam prontos para análise.
A análise de dados é então realizada utilizando uma variedade de técnicas, como análise estatística, mineração de dados, machine learning e inteligência artificial.
Assim, se consegue identificar padrões, tendências e insights valiosos nos dados que podem ser utilizados para tomar decisões informadas.
No final de tudo isso, os insights obtidos a partir da análise de Big Data são aplicados na otimização de processos de importação.
Como o Big Data está sendo utilizado no comércio exterior?
Agora que explicamos em linhas gerais o funcionamento do Big Data na importação, é a hora de entender os principais usos desse conceito no comércio exterior.
Isso porque ele está sendo amplamente utilizado no comércio exterior para melhorar a eficiência, reduzir os custos e impulsionar a competitividade das empresas.
Então, aqui estão cinco exemplos de como o Big Data está sendo aplicado no comércio exterior:
- Previsão de demanda: as empresas estão utilizando análises avançadas de Big Data para prever a demanda por produtos em diferentes mercados internacionais. É uma boa forma de ter uma gestão mais precisa do estoque e uma melhor alocação de recursos, evitando excesso ou falta de produtos;
- Otimização de rotas de transporte: com base em dados de tráfego, condições climáticas, regulamentações alfandegárias e outros fatores, as empresas estão otimizando as rotas de transporte de mercadorias para minimizar custos e tempo de entrega. O Big Data permite identificar as rotas mais eficientes e tomar decisões em tempo real para lidar com imprevistos;
- Análise de mercado e tendências: ele é usado para analisar dados de mercado, incluindo informações sobre concorrentes, preferências dos consumidores e tendências de compra. Isso permite que as empresas identifiquem oportunidades de mercado e ajustem suas estratégias de exportação de acordo;
- Detecção de fraudes e riscos: as empresas utilizam análises de Big Data para detectar padrões suspeitos e identificar potenciais fraudes ou riscos no comércio internacional. Aqui, engloba análise de transações financeiras, registros de embarque e padrões de comportamento de fornecedores e clientes;
- Gestão da cadeia de suprimentos: nesse caso, ele serve para melhorar a visibilidade e a gestão da cadeia de suprimentos global. Isso inclui o monitoramento em tempo real do fluxo de mercadorias, a identificação de gargalos e a implementação de medidas para otimizar o desempenho e a eficiência da cadeia de suprimentos.
Quais os dados que podem ser utilizados nas operações de importação?
As possibilidades de dados realmente são grandes. Estamos falando de dados de transações comerciais, registros de embarque, informações de fornecedores, dados de mercado e por aí vai.
Dados de transações comerciais
Informações sobre as transações de compra e venda, incluindo detalhes sobre os produtos importados, quantidades, preços, fornecedores e clientes.
Registros de embarque
Dados sobre o transporte de mercadorias, incluindo informações sobre rotas de transporte, modos de transporte utilizados, datas de embarque e desembarque, e detalhes sobre os transportadores envolvidos.
Informações de fornecedores
Dados sobre os fornecedores de produtos importados, incluindo informações sobre sua reputação, histórico de desempenho, termos contratuais e condições de pagamento.
Dados de mercado
Informações sobre o mercado internacional, incluindo dados demográficos, tendências de consumo, comportamento do consumidor, concorrência e regulamentações comerciais.
Informações financeiras
Dados financeiros relacionados às operações de importação, incluindo custos de produção, custos de transporte, tarifas e taxas alfandegárias, despesas administrativas e receitas geradas com as vendas dos produtos importados.
Dados de estoque
Informações sobre os níveis de estoque de produtos importados, incluindo quantidades disponíveis, localização de armazenamento, datas de entrada e saída, e previsões de demanda futura.
Dados logísticos
Informações sobre os processos logísticos envolvidos na importação, incluindo o gerenciamento de armazéns, o rastreamento de mercadorias, a gestão de inventário e a otimização de rotas de transporte.
Adotando o Big Data para otimizar a operação: passo a passo
Então, quando uma empresa considera adotar o Big Data para a importação, o que ela precisa levar em conta?
São 8 passos básicos:
- Identificar objetivos e desafios;
- Coleta de dados;
- Armazenamento e organização;
- Limpeza e preparação de dados;
- Análise de dados;
- Implementação de soluções;
- Monitoramento e avaliação contínua.
Vamos entender melhor cada um!
Passo 1: identificar objetivos e desafios
Neste passo, é crucial definir com clareza os objetivos específicos que se deseja alcançar ao adotar o Big Data para otimizar a operação de importação.
O que isso quer dizer? Que você vai precisar, definir, de fato, o que quer com esse mundo de dados.
Será redução de custos, melhoria da eficiência operacional ou aumento da satisfação do cliente? Qualquer objetivo estratégico relevante para a empresa vai precisar ser definido logo no começo do processo.
Mas além disso, é importante identificar os principais desafios e áreas de oportunidade na operação atual.
Estamos falando de atrasos na entrega, excesso de estoque, altos custos de transporte ou problemas de qualidade. É uma análise inicial ajudará a direcionar os esforços de otimização de forma mais eficaz.
Passo 2: coleta de dados
Neste passo, é o momento identificar e coletar uma ampla variedade de dados relevantes para a operação de importação.
Dados de transações comerciais, registros de embarque, informações de fornecedores, dados de mercado e dados logísticos entram aqui.
Por exemplo, ao analisar os padrões de compra ao longo do tempo, a empresa pode identificar sazonalidades na demanda por produtos eletrônicos.
É importante garantir que os dados coletados sejam abrangentes e representativos o suficiente para fornecer conclusões significativas sobre a operação.
Passo 3: armazenamento e organização
Após a coleta de dados, o próximo passo obrigatório é armazenar e organizar essas informações de forma eficiente.
Os dados devem ser armazenados em sistemas de armazenamento de dados distribuídos e escaláveis, como bancos de dados NoSQL ou sistemas de arquivos distribuídos.
Muitas vezes, o banco de dados NoSQL é escolhido devido à sua capacidade de lidar com grandes volumes de dados e sua capacidade de escalar horizontalmente à medida que mais dados são adicionados.
Além disso, é importante organizar os dados de forma estruturada e padronizada, garantindo que estejam prontos para análise posterior.
Passo 4: limpeza e preparação de dados
Antes de realizar qualquer análise, os dados coletados devem passar por processos de limpeza e preparação.
Em outras palavras, é a etapa em que se faz:
- Remoção de duplicatas: remover registros duplicados nos dados, evitando redundâncias e distorções nos resultados da análise;
- Correção de erros: identificar e corrigir erros nos dados, como valores incorretos, informações faltantes ou formatos inconsistentes;
- Preenchimento de lacunas: quando há valores ausentes em determinados registros, preencher essas lacunas utilizando métodos como a média dos valores existentes ou a interpolação de dados;
- Normalização de dados: padronizar os dados para um formato consistente, especialmente útil quando se trabalha com dados de diferentes fontes ou formatos.
A limpeza e a preparação de dados são indispensáveis para garantir a precisão e confiabilidade dos resultados da análise.
Passo 5: análise de dados
Com os dados limpos e preparados, é hora de realizar a análise — o momento mais esperado de todo o Big Data.
Termos como análise estatística, mineração de dados, machine learning e inteligência artificial são os mais conhecidos, pois correspondem a tecnologias que tornam possível extrair insights valiosos dos dados.
Exemplos simples deste aproveitamento é desenvolver modelos estatísticos ou algoritmos de machine learning para prever eventos futuros com base nos dados históricos disponíveis.
É a previsão de demanda, a estimativa de custos futuros ou a identificação de riscos potenciais.
Um ponto que merece destaque na análise também é a capacidade de identificar oportunidades de otimização nos processos de importação com base em análises de eficiência e desempenho.
Quando se observa os gargalos, a redução de custos operacionais ou a melhoria da qualidade do serviço, é possível crescer.
Passo 6: implementação de soluções
Pegando como gancho o que acabamos de falar — ou seja, com base nos insights obtidos da análise de dados —, é possível desenvolver e implementar soluções práticas para otimizar a operação de importação.
As soluções são muitas, na verdade: otimização de rotas de transporte, a previsão de demanda, a identificação de fornecedores mais eficientes e a automação de processos.
Mas o mais importante é garantir que aquelas implementadas sejam viáveis e alinhadas aos objetivos estratégicos da empresa.
Esta etapa é fundamental para garantir que os benefícios do Big Data sejam realizados na prática, impactando positivamente a eficiência, os custos e a competitividade da empresa.
Passo 7: monitoramento e avaliação contínua
Muito dificilmente um negócio consegue crescer sem monitoramento. Então, após a implementação das soluções, é crucial acompanhar continuamente sua eficácia e impacto na operação de importação.
Isso envolve, principalmente, os indicadores-chave de desempenho (KPIs) relevantes e a avaliação dos resultados obtidos em relação aos objetivos definidos.
Realizar análises regulares dos dados coletados para avaliar o desempenho em relação às métricas estabelecidas pode ser feito por meio de relatórios periódicos, painéis de controle ou análises ad hoc, dependendo das necessidades da empresa.
Outro ponto fundamental é comparar o desempenho atual com as metas estabelecidas e benchmarks do setor para avaliar o progresso e identificar áreas de melhoria.
Se você quer entender mais sobre importação, continue no blog da Guelcos!