Com a situação da pandemia se agravando cada vez mais no Brasil, quem deseja viajar para China por conta dos negócios fica receoso. A entrada no país asiático está mais difícil neste momento, mas não está impedida.
Há mais de um ano, a China fechou suas fronteiras para visitantes estrangeiros e, desde então, vem detalhando políticas de entrada de acordo com a prevenção e o controle da pandemia local e no mundo.
Dessa forma, se você quer fazer negócios na China, precisa acompanhar as regras que moderam como visitantes estrangeiros podem entrar na China e em que circunstâncias.
Neste artigo, mostramos aos brasileiros interessados em visitar o país para fazer negócios quais as obrigatoriedades para ter a entrada permitida. Existe um visto para China? Como viajar para China durante a pandemia? Confira essa e outras questões!
Neste artigo você verá:
1.Entenda como funciona o sistema de visto na China
Antes de saber como viajar para China, você precisa entender como funciona o sistema de visto chinês. Afinal, as políticas de entrada e as orientações de viagem variam de acordo com o status de visto dos visitantes estrangeiros.
Existem 4 tipos principais de vistos chineses: visto diplomático, visto de cortesia, visto de serviço e visto comum.
O visto diplomático e o visto de serviço são emitidos para estrangeiros que entram na China para fins diplomáticos e oficiais.
O visto de cortesia é emitido para estrangeiros com status especial que tenham direito a privilégios especiais.
Por fim, os vistos comuns ou ordinários são emitidos para estrangeiros que entram na China para fins não diplomáticos e não oficiais, como trabalho, estudo, visitas de parentes, passeios e atividades empresariais. Ele possui 12 subtipos com 16 categorias.
Principais tipos de vistos para entrar na China:
• Visto de Turismo (L): visto para viajantes que ingressam no país para conhecê-lo, sem pretensão de criar vínculos com o país, mas apenas para realizar seu turismo por determinado tempo.
• Visto de Negócios (F): visto solicitado por viajantes que pretendem realizar negócios, palestras, pesquisas, cursos de curta duração (menos de seis meses) e graduações.
• Visto para Estudantes (X): visto para viajantes que realizarão um tipo de estudo de longa duração no país (cursos de graduação ou especialização).
• Visto de Trabalho (Z): visto destinado a viajantes contratados por empresas chinesas e que se dirigem ao país para realizar determinado trabalho.
• Visto de atividades comerciais ou negócios: visto para pessoas que viajam para a China somente para atividades de negócios ou comerciais.
Todos os brasileiros precisam de visto para China. E o processo de solicitação demanda bastante paciência. Por isso, assim que definir seus objetivos de viajar para China, escolha o visto mais adequado ao seu perfil e solicite-o o quanto antes.
No entanto, com a pandemia, é preciso entender as fases de restrição na China, porque isso determinará a possibilidade ou não de sua viagem.
2. As fases de restrição de entrada na China
Antes de viajar para China, os interessados devem conhecer como ocorreram as fases de restrição de entrada no país. Afinal, elas ainda estão em vigor. Se você quer saber como viajar para China a negócios, confira a seguir as 4 fases.
Fase I: Restrição total com exceções limitadas
A Fase I entrou em vigor em 28 de março de 2020 a partir do Comunicado sobre a Suspensão Temporária de Entrada por Estrangeiros Que Detêm Vistos Chineses Válidos ou Autorizações de Residência.
Na prática, a maioria dos estrangeiros não poderia entrar mais no país. Vale lembrar que, naquele momento, havia estourado a pandemia ao redor do mundo.
Porém, a fase ainda permitia a entrada de pessoas com visto para China que fossem da categoria diplomáticos, de serviço, cortesia ou C (visto para tripulantes).
Isto é, estrangeiros que pretendiam viajar para China para atividades econômicas, comerciais, científicas ou tecnológicas podiam ingressar no país se tivessem o visto especial com a carta convite emitida pelo Ministério das Relações Exteriores.
Fase II: Restrição de entrada de estrangeiros com autorização de residência válida
A partir de 28 de setembro de 2020, a Fase II entrou em vigor na China. Houve a publicação do Edital de Entrada de Estrangeiros que detêm licenças de residência chinesa válidas de três categorias.
Na prática, estrangeiros com autorização de residência válida para trabalho, assuntos pessoais e reunião poderiam entrar no país sem solicitar novos vistos.
Se suas autorizações de residência expirarem após 28 de março de 2020, eles poderiam solicitar os vistos mediante a apresentação das autorizações de residência relevantes às embaixadas ou consulados chineses. Não havia mais necessidade de carta convite.
No entanto, todas as outras medidas da Fase I continuaram a ser implementadas.
Fase III: Suspensão temporária do relaxamento da fase II para países selecionados
Em 3 de novembro de 2020, o governo chinês deu um passo atrás devido ao novo surto de COVID-19 em diversos países. Com isso, divulgou o Aviso sobre a Suspensão Temporária da Entrada na China por cidadãos não chineses no (país) Holding Chinese Visas ou Autorizações de Residência Válidas.
Cidadãos estrangeiros de países como Reino Unido, Itália, Bélgica, Rússia, Nigéria, Índia e outros não poderiam mais aproveitar o relaxamento da Fase II. Ou seja, retornaram às regras da Fase I.
Fase IV: Restrições de entrada para estrangeiros vacinados com vacinas chinesas
Por fim, a Fase IV veio com uma medida um tanto polêmica. Desde 15 de março de 2021, as embaixadas chinesas divulgaram o Aviso de Facilitação para Solicitantes de Visto Inoculados com vacinas COVID-19 produzidas na China.
Viajantes que receberam vacinas chinesas para a COVID-19, como a Coronavac (aplicada no Brasil), e obtiveram o certificado de vacinação podem obter visto para China mais facilmente.
De acordo com a política, na hora de solicitar visto para China, estrangeiros e seus familiares que visitam a China continental para retomar o trabalho e a produção só precisarão fornecer os documentos necessários antes do surto da pandemia COVID-19. Não é preciso mais apresentar carta convite.
Além disso, o quadro de candidatos elegíveis para receberem o visto que não se enquadram nas necessidades humanitárias emergenciais foi ampliado. Viagens para visitar a família e para negócios na China foram facilitadas, portanto.
A política de relaxamento da Fase II foi retomada com a suspensão da fase III em licenças de residência válidas para trabalho, assuntos pessoais e reunião.
Porém, mais uma vez, vale destacar que essa facilitação de vistos se aplica apenas aos candidatos que foram vacinados contra a COVID-19 com vacinas produzidas na China. Além disso, é preciso apresentar certidões duplamente negativas de testes de ácido nucleico e anticorpos (IgM) e obedecer às políticas de quarentena após a entrada na China.
3. Dicas para garantir entrada no país em tempos de pandemia
Considerando as políticas acima mencionadas, pode parecer que viajar para o país ainda está difícil. Realmente, com a vacinação em ritmo lento no Brasil, é complicado pensar em negócios na China neste momento. Tudo depende do tipo de visto que você deseja e do seu status de vacinação.
A facilidade maior, como vimos, se destina aos detentores de visto diplomático, visto de serviço, visto de cortesia ou visto C, pois seguem as políticas de entrada definidas antes da proibição de viagem.
Quem foi vacinado com a Coronavac aqui no Brasil também tem maiores chances de entrar na China com a entrada em vigor da Fase IV.
Uma outra forma de entrar no país é se você possuir um representante que tenha um cartão de viagem de visita válido da APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, semelhante ao nosso MERCOSUL). Ele poderá solicitar o visto M apresentando o cartão de viagem de visita original válido da APEC e a carta convite emitida pela parte convidativa na China continental.
Mas se você não possui os vistos especiais e não foi vacinado ainda, existem algumas estratégias de entrada conforme seu objetivo. Há também a possibilidade de viajar para China para atividades comerciais ao solicitar o visto correspondente.
Como entrar na China sem vistos especiais:
• Você possui uma permissão de residência válida para trabalho, assuntos pessoais e reunião? Peça uma permissão de residência.
• Você possui uma autorização de residência para trabalho, assuntos pessoais e reunião, mas ela expirou após 28 de março de 2020? Solicite um novo visto com a permissão de residência (não há necessidade de carta convite).
• Você não é titular da autorização de residência para trabalho nem é seu objetivo? É o caso de um brasileiro que quer apenas fazer negócios na China. É preciso solicitar o visto especial com carta convite emitida por autoridades relevantes, pois você está entrando no país para realizar atividades econômicas.
Prepare tudo para tirar seu visto para China
Cada visto para China possui exigências determinadas quando o assunto é documentação. No entanto, existem alguns documentos básicos necessários para entrar no país. Listamos abaixo quais são eles.
Principais documentos que você
precisa para entrar na China:
• Certificado Internacional de Vacinação contra febre amarela;
• Certificado de vacinação com a Coronavac (desejável);
• Passaporte válido (validade mínima de 6 meses);
• Comprovante do pagamento da Taxa Consular;
• Reserva aérea com localizador;
• Formulário eletrônico preenchido;
• Foto 3×4 com fundo branco;
• Reserva de hotel.
A Taxa Consular é uma taxa que você deve pagar assim que terminar o processo de documentação. Para brasileiros, a taxa atual é de R$ 460,00, mas o valor pode sofrer alterações em situações de emergências.
Esses são os documentos básicos, mas há outros documentos que mencionaremos a seguir.
Tenha em mãos os documentos comprobatórios da sua viagem
De acordo com a Embaixada da República Popular da China no Brasil, há alguns documentos que devem ser apresentados para a emissão de vistos.
No caso do Visto M (negócios), que é aquele que um empresário deve solicitar para fazer negócios na China, ele precisa apresentar uma carta convite para atividades comerciais ou de negócios emitida por empresa chinesa parceira.
Informações para solicitar visto M:
• Dados do órgão convidante, como nome, telefone e endereço, além de carimbo de órgão (formato redondo ou oval, legível, com nome em chinês da empresa) e assinatura de representante legal do órgão convidante;
• Motivo de viagem, data de chegada e saída, relação com órgão convidante, locais de visita e responsável por arcar com os custos da viagem;
• Dados pessoais do convidado (nome, sexo, data de nascimento e número de passaporte do convidado).
Se você pretende visitar feiras de importação e exportação, ou feiras de diferentes indústrias chinesas, é preciso solicitar o visto tipo M e apresentar materiais comprobatórios de convite ou inscrição no evento.
Por fim, de acordo com o tipo de solicitação, é possível que a embaixada peça uma cópia do certificado de registro da empresa chinesa.
O visto para China valerá por 5 anos, e seu processo de emissão (em caso de turista, por exemplo) é de aproximadamente 5 dias úteis.
Diante das várias fases de flexibilização de entrada de estrangeiros em território chinês, é preciso saber como viajar para a China com segurança.
O primeiro passo é entender o sistema de visto para China para saber em qual situação você se encaixa. Se você já foi vacinado com Coronavac, tem mais chances de fazer negócios na China com facilidade.
Mesmo assim, sabemos que viajar para China em época de pandemia pode causar certo receio em empresários. No entanto, há momentos em que a viagem se torna necessária.
Afinal, é um dos países que mais exportam para o Brasil. Se você pretende realizar uma importação correta para sua loja online, sabe que a presença no país pode ser fundamental na hora de escolher os fornecedores chineses.
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