Existem empreendedores que buscam produtos importados da China para ampliarem seus negócios. Em muitos casos, a prática é lucrativa e traz ótimos benefícios. Mas um dos pontos que ainda causa dúvidas é o código de barras para tais produtos.
Afinal, para gerar código de barras existem regras específicas que devem ser conhecidas.
Se você é um executivo de redes varejistas e indústrias ou profissional envolvido na cadeia de desenvolvimento, compras e distribuição, precisa saber como gerar código de barras. Neste texto, trouxemos as principais informações sobre as regras, a obrigatoriedade e outros pontos que precisa saber.
Neste artigo você verá:
- 1. O que é código de barras e porquê usá-lo
- 2. Como gerar código de barras
- 3. Como é aplicado o código de barras nos produtos importados da China
- 4. Tipos de código de barra para quem importa
- 5. Como funciona a estrutura numérica do código
- 6. Qual a importância do código de barras para controle de vendas
1. O que é código de barras e porquê usá-lo
O código de barras é importante ferramenta para automatização de vários processos em diversos negócios. Muito conhecido no atacado e varejo, em supermercados e lojas, também aparece no setor de saúde e, em breve, na internet das coisas.
Ele nada mais é do que uma sequência numérica atribuída a ativos retornáveis e fixos, produtos, documentos, unidades logísticas, contêineres, cargas, serviços e localizações com o fim de identificá-los. Com a identificação, facilita a captura de dados por meio de leitores e coletores de código de barras, automatizando os processos e conferindo eficiência e controle para a empresa.
E como funciona o código de barra? É um padrão de fundo branco com linhas verticais pretas de diferentes espessuras, acompanhados por uma sequência numérica de 13 dígitos. Essa sequência representa as características de cada item, possibilitando a captura de tais dados pelos leitores.
Se você possui o mesmo produto, mas embalado em quantidades/pesos diferentes, cada um deles terá um código de barras. Por exemplo: a fita adesiva de 5 metros terá um código de barras, mas a mesma fita adesiva de 10m terá outro código. A diferença entre os códigos de barra serve exatamente para dar precisão às características de cada item.
O padrão atual do código de barras é GS1, antigo EAN. Adiante, explicaremos os tipos de códigos para você ficar mais por dentro assunto. Agora que você compreendeu o que é o código e qual seu uso, deve estar se perguntando como funciona o gerador de código de barras.
2. Como gerar código de barras
Como comprar código de barras? Como gerar código de barras? Todo mundo conhece esta ferramenta, afinal, somos consumidores. Nossas relações de compra e venda sempre são feitas com um scanner no caixa do estabelecimento. Mas e quando estamos do outro lado? O que o executivo empreendedor deve fazer para gerar código de barras?
O primeiro passo é entrar em contato com a GS1 Brasil, instituição responsável por padronizar e gerenciar um conjunto de códigos de barras destinados a diversas aplicações. É a GS1 a entidade responsável pelo Cadastro Nacional de Produtos (CNP), o que é fundamental para quem deseja importar produtos da China e também para quem quer exportar itens.
Em seguida, deverá se filiar à GS1, informando todos os dados da empresa e encaminhando a documentação solicitada. O executivo deverá pagar uma taxa referente ao serviço gerador de código de barras. O valor varia conforme o faturamento da empresa.
Após a filiação, a empresa recebe o “prefixo”, que é um tipo de código. Em seguida, deve atribuir os códigos aos produtos, identificando cada item comercializado no negócio.
O terceiro passo é escolher o tipo de código de barras mais adequado. EAN-8, EAN-12, EAN-13 ou EAN-14 são os mais comuns, mas existem outros, como QR Code e Data Matrix.
Por fim, basta gerar código de barras e aplicá-los aos produtos. A sequência numérica pode ser impressa separadamente e aplicada sobre a embalagem do item, mas também pode ser impressa diretamente na embalada.
3. Como é aplicado o código de barras nos produtos importados da China
O código de barras em produtos importados possui a mesma utilidade do código impresso em produtos nacionais. Ele auxilia na identificação de mercadorias, tornando as operações mais confiáveis e ágeis.
Imagine que você fez uma compra de produtos importados da China, mas eles vieram sem o código de barras. Sua intenção é revender para o varejo. Como identificar os itens? Se a revenda for para grandes varejistas, você pode ter problemas, pois eles não aceitam produtos sem codificação padrão.
A GS1 estabelece que o dono da marca é o responsável sobre o registro e a identificação dos itens. Dessa regra, surgem duas possibilidades para quando o produto vem sem código de barras:
Seu produto veio sem
código de barras? Veja o que fazer:
• Importador não tem direitos sobre a marca e não possui código: deve entrar em contato com o fornecedor para que ele passe a utilizar um sistema de identificação padronizado.
• Importador é representante exclusivo no Brasil: pode colocar código de barras nas mercadorias.
O ideal, porém, é que você faça a importação com fornecedores que já utilizam a ferramenta, mesmo que você possua um gerador de código de barras. Não há muitas dificuldades em aprender como gerar código de barras, mas nem sempre é permitido.
Diante deste contexto, você pode estar se perguntando sobre a obrigatoriedade do código de barras em produtos importados, certo? Existem algumas regras sobre o tema.
A emissão de nota fiscal eletrônica, desde 2011, demanda o preenchimento de dois campos que se referem ao código do produto faturado (cEAN) e do produto tributado (cEANTrib). As informações descritas em tais campos, conforme diretriz do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), devem ser validadas a partir de uma base de GTINs. Os dados são comparados e validados com o CNP.
A nota fiscal eletrônica será cancelada se os dados forem ausentes ou divergentes, o que demandará a emissão de novo documento. Essa é uma medida obrigatória para toda a cadeia de distribuição (fabricante, distribuidor, vendedor, lojista).
Mas nem todos os itens são obrigatórios. A regra que tornou obrigatória a informação do código de barras na nota fiscal (ajuste SINIEF 11/17) traz os itens que devem obedecê-la, tais como medicamentos, brinquedos e jogos recreativos, eletroeletrônicos, tabaco, alimentos e bebidas.
Mesmo com todas essas regras, é preciso destacar que não há lei específica obrigando as empresas a terem um gerador de código de barras. Se você importar um produto sem essa identificação, seu negócio não sofre impacto do ponto de vista legal. Porém, como fará a identificação dos produtos, registrando-os em sistema e controlando as movimentações?
3.1 Por que a China adotou padrão GS1?
Algumas empresas, com o objetivo de reduzir os custos, acreditam que podem ter um código próprio de identificação de produtos. De fato, podem. Não há empecilho quanto a isso.
No entanto, caso não utilize o padrão GS1, que é o padrão internacional, somente a empresa entenderá o significado do número. Ao revender o produto, a numeração não terá utilidade alguma para outros participantes da cadeia de distribuição.
Esse é o principal motivo de a China adotar o padrão GS1, de modo que todos “falem a mesma língua”, independentemente de quem criou o código de barras ou quem está utilizando-o para identificar os itens.
O padrão GS1 identifica produtos de forma única, permitindo que sejam vendidos em qualquer lugar do mundo. Conforme definição da própria instituição, “este sistema integra com sucesso gerenciamento de codificação, pesquisa, desenvolvimento de padrões, implementação e promoção, bem como serviço técnico”.
Esse padrão cria uma base comum para os negócios ao identificar, capturar com precisão e compartilhar automaticamente informações vitais sobre produtos, locais e ativos. As empresas também podem combinar diferentes padrões GS1 para agilizar os processos de negócios, como rastreabilidade.
4. Tipos de código de barra para quem importa
A utilização do código de barras se aprimorou ao longo dos anos, e a necessidade de adequar a ferramentas às suas aplicações fez com que se criassem vários tipos.
Um dos códigos de barras mais conhecidos são o European Article Number (EAN). Dele, derivam outros códigos, como EAN-13 (GTIN-13) e International Article Number, formados por 13 dígitos (caracteres de 0 a 9) e presentes na África, América do Sul e Europa.
O EAN é mais utilizado na digitalização de bens de consumo no ponto de venda, na venda de mercadorias digitalizadas em caixa de lojas e supermercados (exceto livros e revistas), na venda de medicamentos e remédios comercializados em farmácias.
O EAN-8 é uma versão abreviada do EAN-13, pois possui apenas 8 dígitos de 0 a 9. O código de barras é muito utilizado na identificação de pequenos itens comercializados no varejo, como, por exemplo, produtos de papelaria.
Há também os códigos EAN-2 e EAN-5, criados para complementar informações dos códigos maiores, distinguir períodos de tempo ou sugerir preços de produtos no varejo.
O Universal Product Code (UPC) também é um tipo conhecido especialmente pelo UPC-A, com apenas 12 dígitos e mais presente no varejo dos EUA e Canadá.
O DUN-14 (ITF-14) é o código de barras para embalagens ou caixas. Formado por 14 números de 0 a 9, é utilizado em processos logísticos, como gestão dos estoques. A impressão é feita diretamente na embalagem para identificar lote dos produtos derivados de EAN/UPC.
O QR Code (Código de barras Matrix ou código de barras 2-D) é uma criação recente que se utiliza de quadrados brancos e pretos para formar uma imagem quadrada bidimensional, que possibilita sua leitura por dispositivos móveis. A partir de sua leitura, o usuário é direcionado a uma ação.
Na identificação de produtos, por exemplo, o usuário pode ser levado a um site específico que traz informações sobre o item. Em outras palavras, o QR Code é atrelado a uma finalidade determinada. Por possuir capacidade de armazenamento superior a dos demais códigos, é utilizado em passagens aéreas, bilhetes para cinema, etiquetas de vestuário etc.
Muito parecido com o QR Code é o Data Matrix, também bidimensional, mas um pouco mais reduzido. Ele também pode ser lido por câmeras de dispositivos móveis, mas é mais interessante para caixas de medicamentos. Por ser impresso diretamente na embalagem, confere à mercadoria caráter inviolável.
O GS1-128 (UCC/EAN-128) é mais utilizado para visibilidade logística e se constitui como um subconjunto do código 128.
Sua função é codificar informações de rastreabilidade dos produtos (lote, número de série, data de validade, quantidade, peso, dimensões e volume) e complementar os dados registrados no GTIN (Número Global do Item Comercial) da mercadoria.
Com este código de barras, o empreendedor consegue acompanhar o transporte e a movimentação interna dos produtos. O GS1-128 pode ser adaptado a diferentes necessidades.
5. Como funciona a estrutura numérica do código
Explicamos como funciona o código de barra, mas o que significa cada um dos 13 números que o compõe? Veja a seguir um breve resumo:
Como funciona o código de barra
• Três primeiros dígitos: país ao qual a empresa é associada. No caso das sequências 789 e 790, a empresa é associada à GS1 Brasil. Os Estados Unidos são identificados apenas por 1 número. Para saber em qual país o item foi produzido, basta entrar no site da GS1 Brasil e digitar a sequência.
• Segunda sequência: de 4 a 7 dígitos, indica a empresa que produziu o item;
• Terceira sequência: varia conforme tipo, embalagem, quantidade, peso e tamanho do produto;
• Dígito verificador: calculado com base na sequência anterior, confere segurança ao processo. Ele avalia se a leitura do código foi correta, pois faz o mesmo cálculo realizado pela GS1 Brasil. A leitura só é feita se os dados forem coincidentes. Se não for possível ler, há algo errado.
6. Qual a importância do código de barras para controle de vendas
O código de barras foi criado para facilitar a integração entre produtos e estoque da empresa. É uma forma de tornar o processo de venda de mercadorias mais ágil e garantir o controle de estoque mais preciso. Ao cadastrar os itens de forma correta, é possível realizar uma boa gestão de tributos, seja na entrada ou na saída.
A ferramenta também facilita a gestão empresarial, porque as informações capturar são transmitidas diretamente para o sistema digital que é utilizado no ponto de venda do estabelecimento. Por isso, o uso de um gerador de código de barras traz benefícios para o empreendedor.
O consumidor também é beneficiado, já que diminui a fila nos caixas diante da agilidade do processo. Seus benefícios também se estendem ao e-commerce, o que facilita para o comprador na hora de buscar informações sobre a mercadoria, além de conferir segurança para quem compra.
O uso de código de barras é uma prática que confere mais segurança e agilidade aos processos empresariais. Para produtos importados da China, o ideal é contar com um fornecedor confiável que adote o sistema GS1, padrão no mundo inteiro. No entanto, se você for um representante exclusivo da marca, pode colocar o código em território nacional antes de comercializar a mercadoria.
Ainda tem dúvidas sobre o código de barras para produtos importados da China? Veja como uma consultoria de importação pode auxiliar em todo o processo!