Fazer um estudo de viabilidade é importante para qualquer empresário que deseja manter a competitividade do seu negócio em relação à concorrência.
Quando falamos de viabilidade de importação, essa análise se torna ainda mais essencial, porque define se realmente vale a pena importar da China ou de qualquer outro país.
Para esclarecer os principais pontos sobre a análise de viabilidade, explicamos o conceito, a importância e demos algumas dicas para realizá-lo. Confira!
Neste artigo você verá:
1. O que é estudo de viabilidade de importação
Também conhecido como análise de viabilidade, o estudo de viabilidade de importação é uma ferramenta de tomada de decisão. Antes de adquirir produtos do exterior, da Ásia ou de outro continente, o empresário deve realizá-la.
Neste “relatório”, ele poderá enxergar todas as condições relativas ao negócio, tais como condições mercadológicas, legais e gerenciais.
Uma boa importação pode trazer muitos benefícios para o gestor, mas com o estudo de viabilidade ele consegue também enxergar os riscos.
Por exemplo, quem pretende fazer uma importação de eletrônicos para a loja online não pode apenas verificar o preço e realizar uma conversão direta, comparando os valores dos produtos brasileiros e estrangeiros. Será preciso considerar todos os custos, a logística e a importação.
De igual importância, encontrar bons fornecedores, avaliar se existe pedido mínimo e qual o prazo para embarcar e chegar, se existem concorrentes, dentre outras questões é essencial. E avaliar tudo isso é fazer uma análise de viabilidade!
2. Por que fazer um estudo de viabilidade de importação?
O que o empresário busca com uma importação? Ter melhor desempenho em suas atividades, acessar produtos e tecnologias modernas e avançadas que só estão disponíveis no mercado externo, bem como encontrar melhores oportunidades e custo-benefício em suas compras.
Qualquer que seja o motivo, planejamento é uma das palavras-chave para que qualquer empreendimento tenha sucesso. Pensar na viabilidade de importação é uma prática que integra o planejamento de compra.
Com ela, o empresário consegue ter mais assertividade, organização e certeza na hora de tomar decisões. Em consequência, evita custos desnecessários, aproveita as melhores oportunidades e garante a saúde financeira da empresa.
Por isso, acreditamos que fazer um estudo de viabilidade é essencial para quem deseja importar.
Benefícios de fazer um
estudo de viabilidade:
• Redução de custos: se o processo de importação é todo precedido de uma análise de viabilidade, o empresário já traça uma perspectiva de todos os gastos que terá, seja com frete, seguro, tributos e outros custos. Dessa forma, considerando o modelo de negócio da empresa, é capaz de economizar recursos ao realizar aquisições que seriam comercialmente inviáveis.
• Economia de tempo: com o estudo de viabilidade de importação, o empresário busca informações mais precisas sobre os produtos importados, encontrando assim as melhores opções sem que se exponha aos riscos. Assim, com maior assertividade, as chances de algo dar errado são bem menores.
• Acesso aos melhores mercados: a partir do momento em que o empresário estuda a viabilidade de importação, conhece países com melhor custo-benefício em relação a custos, barreiras culturais e produtos atraentes.
3. Dicas para fazer um estudo de viabilidade de importação
Como vimos até o momento, podemos considerar o estudo de viabilidade de importação como uma forma de analisar potenciais e fragilidades de uma transação, bem como todos os seus detalhes.
Para fazer uma efetiva análise de viabilidade, o empresário deve fazer um diagnóstico completo de seu próprio negócio. Afinal, nem sempre é uma vantagem importar naquele momento, certo? Por isso, antes de começar seu estudo, veja aspectos internos e externos à sua empresa, estude sua concorrência e seu consumidor.
Após fazer isso, veja algumas dicas para fazer um estudo de viabilidade de importação!
Definir os produtos e as características da importação
O primeiro passo do estudo de viabilidade de importação é conferir se o produto pretendido se enquadra em alguma proibição e/ou restrição estabelecidas pela Receita Federal. Se não, ótimo, a legalidade da importação já começou a ser garantida.
Após verificar eventual proibição ou restrição, pense nas características essenciais do produto que deseja importar. Isso será relevante na hora de procurar os melhores fornecedores.
Para uma importação, é preciso considerar também a Classificação Fiscal de Mercadorias, determinada com base no HS Code do produto. Esta classificação traz diversos aspectos que influenciam na viabilidade de importação, como tributos, regimes aduaneiros e outros pontos que também serão abordados adiante.
Agora que você já tem o tipo de mercadoria que será importada, não se esqueça de conferir se há necessidade de ter uma Licença de Importação, que é exigida em alguns casos. Se for o caso, a LI deverá ser registrada pelo importador no SISCOMEX.
Estudar o modelo de importação
Existem algumas formas de realizar uma importação, você sabia? Você pode fazer a operação por conta própria, mas também de forma indireta, por meio de intermediários. A escolha deve ser feita com consciência e baseada em sua operação.
Não adianta tentar se arriscar em transações desconhecidas, porque o prejuízo pode ser grande.
Por isso, além de pensar nos preços, avalie também a experiência que você e sua equipe têm com trâmites alfandegários e logísticos de uma importação.
Na importação direta, você terá contato direto com o fornecedor, terá maior autonomia nas negociações e nas estratégias de importação. Porém, é preciso conhecimento em comércio exterior e na cultura do exportador estrangeiro.
Na importação indireta, a empresa intermediária presta auxílio em todas as etapas da operação, inclusive realizando um estudo de viabilidade: pesquisa de mercado, contato e negociação com fornecedores, planejamento logístico etc.
O estudo de viabilidade é uma grande vantagem, porque os profissionais já conhecem as barreiras culturais e linguísticas e já sabem como lidar com elas.
Além disso, com um intermediário, toda a operação é otimizada, uma vez que já possui know how e experiência, reduzindo significativamente os riscos.
Procurar um fornecedor confiável
Agora você já sabe quais os produtos e suas características, bem como o modelo de importação que adotará. Se você optar pela importação indireta, essa etapa da análise de viabilidade se torna muito mais simples.
Afinal, a empresa intermediária, como uma consultoria em comércio exterior, indicará somente fornecedores confiáveis para você, conforme suas necessidades.
Mas vamos imaginar que você pretende realizar a importação direta.
Para entender corretamente a viabilização de importação, seu fornecedor é uma peça fundamental. Isso porque, a escolha do fornecedor influencia diretamente na modalidade de compra praticada. Já ouviu falar em Incoterms? É aqui que ele entra.
O Incoterm define a responsabilidade de cada um no processo de importação no que se refere aos gastos e à entrega da mercadoria.
Em suma, ele definirá quais os serviços contratados pelo exportador e pelo importador para trânsito e desembaraço do produto no país de origem e no país de destino.
Além disso, para escolher um bom fornecedor que ofereça o produto desejado, você pode visitar feiras internacionais, consultar relatórios da alfândega e utilizar plataformas B2B.
No entanto, um bom parceiro para os negócios deve atender a todos os requisitos que você busca, ser uma empresa idônea e comprovadamente regularizada, além de ter capacidade de produção e entrega das mercadorias sem perda de qualidade.
Mais uma vez, o auxílio de uma consultoria pode ser valiosa neste momento. Em uma importação da China, por exemplo, ela poderá fazer a gestão de fornecedores chineses.
Você conhece o termo guanxi? Quando você conhece um fornecedor melhor para construir uma relação mais aceita para aquela cultura, está promovendo o guanxi.
Por definição, guanxi é a “rede de contatos e conhecimentos entre várias partes que cooperam juntas e se apoiam”. Essa é uma realidade quando se tem esse tipo de consultoria. As chances de conseguir uma boa negociação a partir deste preceito são bem maiores.
Analisar a concorrência
A concorrência em seu mercado deve ser analisada a todo instante se você pretende ter um negócio próspero. Quando falamos de importação, ela também entra na análise de viabilidade. Isso porque você deve compreender as propostas de inovação que ela aplica nos produtos.
Boa parte das empresas adotam a importação para tornar a entrega mais inovadora e moderna. Maquinários, insumos e tecnologias podem contribuir para isso, certo?
Por isso, procure avaliar se os concorrentes importam mercadorias para estimular inovação, de onde eles compram, como funciona a logística e como concretizam suas operações. Com esses dados, você conseguirá traçar suas estratégias de importação.
Avaliar os custos logísticos
Quais são os custos envolvidos na tributação além do preço do produto e os custos tributários e aduaneiros? Os custos logísticos. O vendedor precisa entregar as mercadorias ao transportador para que elas cheguem ao comprador.
Desde a retirada da mercadoria no fornecedor estrangeiro até a nacionalização do produto e a chegada dele em sua empresa, há um longo caminho – e muito transporte envolvido.
Para além de impostos e taxas (como o ICMS do estado de destino da mercadoria), é preciso considerar outros custos.
Custos logísticos que devem ser considerados além das taxas e impostos:
• Custos de armazenagem, que envolvem também os movimentadores de carga e se ligam ao acondicionamento da mercadoria durante o transporte e ancoragem portuária;
• Custos com fretes, que varia de acordo com o tipo de importação e com os modais escolhidos (marítimo, aéreo, rodoviário ou multimodal);
Custo com seguros, obrigatório para qualquer traslado, uma vez que evita problemas com danos, roubos ou extravios de carga.
Por tudo isso, é importante entender as opções logísticas ideais e a viabilidade de cada uma delas para seu negócio. Sem dúvidas, há boas opções, mas sempre haverá uma com melhores condições.
Após fazer o levantamento de custos logísticos, pense também em integrar toda a logística para evitar imprevistos, atrasos e gargalos. É uma boa maneira de garantir segurança e otimização em todas as etapas. É o chamado serviço door-to-door. Considere essa opção.
Avaliar os custos tributários e aduaneiros
Uma etapa importante do estudo de viabilidade é traçar uma estratégia financeira. Como pontuamos no início, ela vai muito além do preço da mercadoria. É preciso considerar variações de taxas de câmbio, custos de nacionalização do produto, tributos e muito mais.
Especialistas no assunto, inclusive, vêm utilizando ferramentas financeiras aplicáveis à importação para melhorar as condições. Proteção cambial (Hedge) e Financiamento à Importação (FINIMP) são bons exemplos.
Porém, focando em nosso estudo de viabilidade, temos alguns pontos a serem considerados. O primeiro deles é estudar a classificação fiscal (NCM) da mercadoria, que comentamos na dica sobre definir os produtos.
Com ela, você poderá avaliar os custos tributários da importação. Solicite ao fornecedor o código de harmonização (HS Code) do produto.
O NCM estará descrito em qualquer documentação vinculada ao processo. Para verificar os tributos incidentes no processo de importação, bem como eventual tratamento diferenciado ou exigência (como a LI), você deve acessar o Simulador de Tratamento Tributário.
É importante conhecer esses detalhes para evitar multa no processo ou, em situações mais graves, perda da mercadoria.
É preciso destacar também as medidas antidumping ou compensatórias, que podem elevar ainda mais o valor da importação.
Por fim, considere em seu estudo de viabilidade os custos aduaneiros no Brasil: custos portuários, taxas de registros e armazenagem. Pelo fato de as mercadorias ainda não estarem nacionalizadas e atreladas à moeda estrangeira, podem ser valores bem elevados.
Buscar auxílio de uma consultoria em comércio exterior
Pontuamos em diversos momentos que uma consultoria em comércio exterior poderia facilitar todo o processo de importação. No entanto, esse tipo de empresa atua também em seu estudo de viabilidade de importação. Isso porque a análise de viabilidade demanda conhecimento jurídico, financeiro e comercial.
Com uma empresa especialista em comércio exterior você terá uma visão muito mais acertada sobre como fazer um estudo eficiente. Dessa forma, as importações terão mais êxito e menos riscos.
A experiência dos consultores, inclusive, são aplicadas em qualquer etapa da importação, desde a análise sobre seu próprio negócio, passando pela definição dos produtos e modelo de importação, até encontrar bons fornecedores e considerar todos os custos. Ou seja, você fica amparado em qualquer detalhe técnico.
Com todas as informações necessárias para fechar um bom estudo de viabilidade, o empresário terá em mãos muitos dados para tomar a melhor decisão.
Em alguns casos, ele verá que ainda não é um bom momento para realizar a importação. Em outros, ele já está procurando quais as melhores práticas para importar.
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