A importação de produtos para sua loja ou indústria deve ser feita com critério, considerando inclusive o CoPQ ou custo de má qualidade.
O CoPQ é um dos aspectos mais relevantes para ser avaliado nessa operação. Afinal, garantir a qualidade do produto é o primeiro passo para satisfazer seus clientes.
Se você não conhece bem o custo de má qualidade, pontuamos neste artigo seu conceito e como avaliá-lo. Também apresentamos dicas de como reduzir o risco de importação de produtos com baixa qualidade. Confira!
Aqui você verá:
1. O que é e como avaliar o custo de má qualidade (CoPQ)
Para compreender o que é custo de má qualidade (CoPQ) é preciso saber o que é custo de qualidade.
O custo de qualidade, ao contrário do que muitos empreendedores acreditam, não é somente o total de reais gastos em garantia como porcentagem das vendas. Esse é apenas o olhar externo do custo. É necessário um exame abrangente, que inclui também os aspectos internos dos custos de qualidade.
Considerando isso, o custo de qualidade pode ser dividido em Prevenção, Avaliação, Falha Interna e Falha Externa. Em cada categoria, há inúmeras fontes possíveis de custo que se relacionam a boa ou má qualidade. Veja na tabela abaixo.
Fontes de custo que se relacionam a boa ou má qualidade:
1. Custos de Prevenção: custos de atividades que diminuem ou erradicam as falhas, tais como estabelecimento de especificações do produto, planejamento de qualidade, desenvolvimento de testes em novos produtos, desenvolvimento de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) e treinamento de funcionários.
2. Custos de Avaliação: custos para manter níveis aceitáveis de qualidade do produto, como inspeções de materiais recebidos, controles de processo, verificação de acessórios, auditorias de qualidade e avaliações de fornecedores.
3. Falhas Internas: custos de defeitos encontrados antes do produto chegar ao cliente, como retrabalho do produto, resíduos de processos mal projetados, avaria da máquina (manutenção inadequada) e custos de análise de falhas.
4. Falhas Externas: custos de defeitos encontrados após o recebimento do produto pelo cliente, tais como custos de serviço e reparo, reclamações, reivindicações de garantia, retornos de produto, ordens de vendas incorretas, lista de materiais incompletas e danos de envio (embalagens inadequadas).
O custo de qualidade é a soma do:
• Custo da boa qualidade: soma do custo de prevenção e de avaliação;
• Custo da má qualidade: soma dos custos de falhas internas e externas.
Para avaliar o custo de má qualidade, é preciso analisar a ocorrência dessas falhas. A percepção delas pode ser estética (acabamento), funcional (ruídos, má performance etc.) e até catastrófica (ameaça à segurança do usuário ou quebra com perda total da função do produto).
2. Vantagens da avaliação dos custos de má qualidade
Você sabia que, em termos monetários, os custos relacionados à qualidade podem consumir de 15 a 20%? Ou que ⅔ dos produtos comprados no e-commerce são devolvidos por motivos evitáveis, como má qualidade, produtos danificados ou que não correspondem à descrição? Apenas com esses dados podemos imaginar a importância da avaliação dos custos de qualidade.
Quando o processo produtivo é bem desenhado, a prevenção e a avaliação da qualidade do produto garante um nível ótimo que minimiza ou elimina as falhas. Porém, sabemos que os erros podem acontecer. Neste ponto, avaliar o CoPQ será importante para detectar as falhas o quanto antes.
Uma falha detectada no próprio processo produtivo, por exemplo, pode até gerar retrabalho ou devolução. Mas não colocará a segurança do usuário em risco.
Ainda que exista um custo para garantir a qualidade do produto, o empreendedor evita o custo da perda da imagem, que é intangível.
Imagine uma empresa automobilística. É desejável que os erros sejam identificados ainda no processo produtivo (as chamadas falhas internas). A partir do momento em que o automóvel chega na mão do cliente, o custo de má qualidade aumenta consideravelmente.
Uma empresa envolvida em um recall, por exemplo, terá muitas consequências financeiras no médio ou longo prazo, principalmente devido à imagem negativa.
A avaliação dos custos de CoPQ
são importantes para:
• Garantir que os recursos sejam gastos da maneira mais eficiente possível, fornecendo a melhor solução diante das circunstâncias;
• Medir como os investimentos em qualidade afetam o desempenho geral dos negócios;
• Auxiliar na garantia da qualidade nas cadeias de suprimentos.
3. Dicas para reduzir os custos de má qualidade na importação de produtos
Diante das considerações sobre o CoPQ e a importância de sua avaliação, podemos concluir que a redução desses custos é muito importante. Na verdade, é melhor investir em custos de boa qualidade para evitar os custos de má qualidade.
Afinal, falhas no produto resultam em custos de garantia, recalls, danos à imagem e outras consequências negativas para o negócio.
E isso vale muito na importação de produtos. É preciso destacar os fatores adicionais nas operações de comércio exterior, como custos com frete internacional e maior lead time. Quando ocorrem falhas nessa transação, é provável que seus custos de má qualidade sejam maiores do que nas operações feitas em território nacional.
Por isso, apresentamos a seguir algumas dicas para reduzir o CoPQ na importação de produtos. Já adiantamos que todas elas se relacionam com as práticas dos custos de boa qualidade.
Ter processos de qualidade simplificados e rastreabilidade do produto
A visibilidade da cadeia de suprimentos e a rastreabilidade do produto são frequentemente mencionadas em uma compra sustentável. Quando falamos na importação de produtos, isso se torna ainda mais importante.
Ter uma visão clara da jornada do produto desde sua produção em território estrangeiro até a chegada na empresa será fundamental para identificar e resolver rapidamente as causas básicas dos problemas de qualidade.
Uma importante etapa inicial dessa jornada é contratar fornecedores de qualidade, por exemplo. Em seu andamento, é necessário enviar uma folha de especificação do produto completa e solicitar amostras. Ter um representante no mercado local para fazer inspeção também é fundamental.
Existem muitas tarefas e atividades que auxiliam em um processo de qualidade e na rastreabilidade do produto. Mas sabemos que alcançar visibilidade suficiente em toda a sua rede de suprimentos não é uma tarefa fácil.
Por isso, nossa recomendação é contar com o auxílio de uma consultoria especializada em importação de produtos. Os especialistas ficarão responsáveis pelas atividades em território estrangeiro que serão fundamentais para reduzir o custo de má qualidade.
Em outras palavras, o empresário foca na prevenção, que é um dos custos da boa qualidade. Isso auxiliará em inúmeros processos, não só de qualidade.
Treinar suas equipes
As metas e os objetivos da sua empresa no tocante à qualidade devem ser compartilhadas com sua equipe desde o fim do planejamento estratégico.
No entanto, os profissionais devem saber como alcançá-las, certo? Na importação de produtos, o treinamento será fundamental para reduzir o CoPQ.
Por isso, o empreendedor deve capacitar seus funcionários com informações sobre o que fazer e como agir em determinadas situações.
A qualidade não está de acordo com as expectativas? Eles devem atuar para encontrar as falhas e minimizar seus impactos.
Esse treinamento das equipes internas nos padrões de sua marca e melhores práticas do setor garante consistência em toda a sua cadeia de suprimentos. Com ele, há maior probabilidade de seus produtos serem fabricados corretamente na primeira vez, reduzindo assim o custo de retrabalho, atrasos e interrupções.
No caso da importação de produtos, a fabricação é realizada no mercado estrangeiro. Mas sua equipe deve estar bem treinada para otimizar a gestão de compras desde a escolha do produto, passando pela especificação dele e pela escolha de fornecedores confiáveis.
É importante ressaltar que o treinamento das equipes é um esforço contínuo e abrangente. Por isso, pode ser interessante contar com o auxílio de consultores especialistas em comércio exterior quando seu foco é a importação de produtos.
Afinal, eles saberão as melhores práticas da transação, os regulamentos internacionais, a forma como fazer avaliações de produtos e fornecedores, dentre outras atividades.
Inspecionar e auditar fornecedores
O custo de má qualidade também se origina de atividades relacionadas ao fornecedor. Para evitá-los, a inspeção e auditoria de fábricas passa a ser uma prática primordial na importação de produtos.
Ainda que você esteja trabalhando com fornecedores confiáveis que atendem às suas especificações de forma consistente, é importante manter uma supervisão constante para garantir o controle da qualidade em sua cadeia de suprimentos.
Esses “check-ups” não precisam criar a impressão de que você não confia em seu fornecedor. Pelo contrário, eles podem e devem fazer parte de um relacionamento comercial de longo prazo baseado na transparência.
Em última análise, todas as partes se beneficiam da capacidade de identificar problemas potenciais antecipadamente. Assim, evitam que eles se transformem em interrupções em grande escala.
As verificações de qualidade podem incluir inspeções de produto conduzidas periodicamente ou quando os dados de qualidade sugerirem possíveis problemas de precisão.
Em outro sentido, podem envolver auditorias do sistema de gestão da qualidade da fábrica e inspeções das instalações de fabricação, para garantir que os equipamentos e processos permaneçam em conformidade com seus requisitos de produção.
Se o empresário não pode realizar a auditoria in loco na importação de produtos, é importante ter um representante que conheça o mercado local para realizá-la. Conforme seu orçamento, você pode escolher um tipo de auditoria. Confira algumas possibilidades a seguir.
Tipos de auditoria de fornecedores:
• Auditoria Técnica: avaliação da confiabilidade e capacidade do fabricante em várias verticais.
• Auditoria Social: conformidade social em questões analisadas através de uma lista de verificação.
• Auditoria de Idoneidade: acesso a sistemas do governo e empresas privadas de crédito na China (semelhante ao nosso SERASA) para avaliar o capital social da empresa, litígios em aberto e outras questões.
Investir em tecnologia
A transformação digital veio para facilitar inúmeras atividades comerciais, inclusive a gestão de qualidade. Seja na importação de produtos ou na compra em território nacional, ferramentas automatizadas e soluções de dados da cadeia de suprimentos podem ajudar o empresário a reduzir o custo de má qualidade (CoPQ).
Conheça alguns tipos de soluções que podem reduzir o custo de má qualidade (CoPQ):
• Acompanhar os procedimentos de controle de qualidade e dados de qualidade com registros e relatórios de inspeção automatizados;
• Mapear cada etapa da jornada do produto até que ele chegue no estabelecimento no Brasil;
• Implementar processos compartilhados em toda a cadeia de abastecimento.
Vale pontuar que essas tarefas assumidas pela tecnologia se referem às atividades que o importador pode adotar em seu negócio.
Isso porque há muitos fornecedores que utilizam a tecnologia para monitorar as condições no chão de fábrica em tempo real, de forma a garantir que os procedimentos sejam seguidos, os trabalhadores tenham suporte e os produtos e soluções oferecidos atendam aos padrões de qualidade.
Em outras palavras, existem softwares capazes de oferecer suporte à eficiência operacional de toda a importação, aumentando a produtividade e garantindo a conformidade do processo.
Fazer coleta e análise de dados confiáveis
O uso de tecnologia também facilitou bastante a coleta e a análise de dados confiáveis. Essa é uma medida importante para reduzir o custo de má qualidade na importação de produtos, pois o empreendedor consegue acessar percepções mais precisas sobre seus processos, produtos e KPIs relacionados à qualidade.
Com isso, é possível tomar decisões assertivas, prevenir riscos, e realizar intervenções para garantir a qualidade e entrega em tempo hábil.
Porém, é preciso relevar que, apesar do amplo reconhecimento da importância dos dados da cadeia de abastecimento, há um grande desafio quanto à confiabilidade e a precisão dos dados.
Os empresários possuem sistemas de gestão capazes de produzir dados confiáveis, mas sabem como analisá-los? Dados brutos não equivalem a insights, e a tomada de decisão sobre a qualidade do seu produto depende da análise de dados de sourcing.
Mais uma vez entra o papel dos especialistas na importação de produtos. Além de gerir todo o processo de importar produtos da China ou de outros países, já sabem quais KPIs analisar e como fazer isso.
Emitir relatórios de qualidade
Qualquer processo de gestão demanda planejamento, controle e acompanhamento. Os relatórios de qualidade são documentos fundamentais para reduzir o CoPQ, pois trazem os dados que acabamos de mencionar.
Por meio deles, sua empresa consegue organizar os dados conforme sua natureza (políticas, contratos, diretrizes, regulamentos, relatórios, inspeções etc.) e utilizá-los para uma melhor tomada de decisões.
Se um relatório de qualidade apontou, em sequência, falhas internas do fornecedor X, é interessante pensar em uma troca. Se outro relatório trouxe dados sobre a rejeição de vários fornecedores acerca das especificações de um produto que você solicitou, é importante pensar em trocar tais especificações.
O custo de má qualidade (CoPQ) é uma variável importante a ser considerada na importação de produtos. Seu potencial impacto negativo costuma ser maior nessa transação, pois é comum que o lead time seja maior, bem como os custos de frete.
Já pensou o trabalho que seria retornar um grande volume de mercadoria para a China? Felizmente, há várias formas de reduzir o CoPQ na importação, e o auxílio de uma consultoria especializada atua em muitas delas. Ela garante um processo de qualidade organizado, sendo capaz de atuar em todas as etapas da importação. Assim é a Guelcos.
Veja como podemos ajudá-lo na importação de produtos da China!