As imprevisibilidades decorrentes da pandemia influenciaram negativamente o mercado B2B. Lidamos com falta de containers, congelamento de portos e alta da inflação, com prejuízos claros ao mercado interno e também às importações empresariais. Realizar uma gestão da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management) eficiente foi um desafio.
Mesmo com as preocupações ainda latentes e os altos custos na cadeia de suprimentos logística, podemos vislumbrar um 2022 melhor.
Diante disso, listamos as principais tendências que podem auxiliar o planejamento estratégico da gestão da cadeia de suprimentos.
Aqui você verá:
1. Importância da gestão da cadeia de suprimentos
O supply chain envolve todas as etapas fundamentais da compra e venda, desde a aquisição da matéria-prima até a chegada do produto ao consumidor final. Prazos, estoque, garantias, logística, suporte ao cliente e outras questões permeiam a cadeia de suprimentos logística.
Desse breve conceito, já podemos compreender a importância do supply chain management: integrar, de forma inteligente, todos os elos envolvidos na negociação, controlando melhor as variáveis e tornando a venda mais rápida e eficiente.
Para o varejo, por exemplo, o supply chain no Brasil traz uma série de benefícios, como:
• Aperfeiçoamento da experiência do cliente, já que os responsáveis pela gestão da cadeia de suprimentos devem ficar atentos às novidades e às tendências do mercado;
• Seleção das relações comerciais mais vantajosas, com a equipe de supply chain podendo dar suporte para a sua equipe de procurement ou compras;
• Processos mais rápidos e eficientes, fortalecendo a integração e a comunicação entre todos os parceiros de negócio;
• Planejamento e gestão de estoque assertivos;
• Redução de custos e maximização de lucros.
E como atingir esses benefícios? Com uma boa gestão da cadeia de suprimentos. Ela envolve ter operações flexíveis e resilientes para se adaptar em tempo real às mudanças nos fluxos comerciais e novas regulamentações.
Ao mesmo tempo, o uso de tecnologia deve ser efetivo para ajudar a reduzir custos operacionais, dar visibilidade e diversificar a forma como as necessidades dos clientes são atendidas.
É neste contexto que devemos nos atentar à previsão do mercado para o setor de supply chain.
2. Qual a previsão do mercado para o setor de supply chain
Os especialistas em supply chain management são taxativos quanto ao mercado atual: a pandemia trouxe reflexos que não passaram tão rapidamente. Os problemas causados pela COVID-19, sobretudo no ambiente econômico, serão resolvidos aos poucos.
Algumas questões já foram vistas na véspera do Natal de 2021, como a escassez de produtos nas prateleiras e o aumento de preços desses produtos.
Tivemos uma crise energética na China em meio à pandemia que agravou ainda mais o quadro, provocando também uma escassez de chips. Isso impactou inúmeras indústrias diversas, como a automobilística e a de telecomunicações.
Em publicação para o portal do Fórum Econômico Mundial, Edward Sweeney, Professor de Logística e Gestão da Cadeia de Suprimentos da Universidade Heriot-Watt, na Inglaterra, aponta que estamos diante de um supply chain (cadeia de suprimentos) complexo, fragmentado e sob pressão.
Complexidade e alta pressão
A complexidade se dá pela “teia” dessa cadeia. Do pedido aos fabricantes até a chegada do produto ao consumidor, temos empresas de logística (armazenamento, distribuição e transporte) e varejistas. Por mais integrada que ela seja, ela não ficou imune aos desafios provocados pela pandemia.
A pressão vem da série de bloqueios e restrições que variaram em seu tempo e gravidade de país para país.
Isso resultou em mudanças na oferta e na demanda, o que, por sua vez, criou problemas para as cadeias de suprimentos globais finamente ajustadas.
Além disso, o ambiente econômico e de negócios tornou-se mais desafiador, como é o caso das taxas de câmbio flutuantes. Para quem realiza importações da China ou de outros países, isso é especialmente relevante.
Podemos apontar ainda algumas questões específicas que retratam o mercado atualmente:
• Interrupção logística: as paralisações contínuas dos principais portos e aeroportos globais, em grande parte na China, Coreia do Sul e EUA, criaram um efeito cascata em todas as cadeias globais de suprimentos. As mercadorias se acumulam no armazenamento, impactando no caminho dos navios para os portos e restringindo os fluxos comerciais globais.
• Imprevisibilidade: há, ainda, grande imprevisibilidade quanto à pandemia devido à chegada da ômicron (e possíveis novas variantes). Isso acentua as pressões atuais, como é o caso da estratégia de ZERO-COVID da China, impondo restrições de fronteira que criam novos problemas para a gestão na cadeia de suprimentos.
• Atrasos na produção: o impacto da pandemia ainda é sentido nos fabricantes, que continuam competindo pela oferta limitada de commodities-chave e pela capacidade logística. Isso leva os consumidores a experimentar prateleiras vazias e longos prazos de compra.
Imprevisibilidade, atrasos na produção, problemas de logística, tudo isso testa a resiliência de um negócio. De acordo com especialistas do mercado, a resiliência passa a ser um requisito para ter um negócio de sucesso. Ela não é opcional. É preciso entender onde estão os gargalos de supply chain e desenvolver estratégias para mitigar os riscos.
Por isso, grandes empresas passaram a focar na gestão de riscos da cadeia de suprimentos. Isso significa identificar os riscos de qualquer tipo, avaliar seu impacto potencial e traçar estratégias de mitigação em prática. Uma série de metodologias e ferramentas formais foram desenvolvidas para apoiar esse processo.
A partir da compreensão sobre este contexto atual, que deve durar ainda alguns meses, é que vemos as tendências de supply chain no Brasil e no mundo.
3. Principais tendências do supply chain para 2022
Da sustentabilidade à adoção da tecnologia, a única certeza deste momento tão incerto é que teremos uma nova cadeia de suprimentos logística. Confira as principais tendências do supply chain para 2022.
Sustentabilidade em supply chain management
Nos últimos anos, o impacto ambiental das atividades da cadeia de suprimentos e logística passou a ser mais amplamente compreendido. Países ao redor do mundo se comprometeram a cumprir suas metas de emissões.
Para tanto, é fundamental que eles desenvolvam práticas mais sustentáveis da cadeia de suprimentos. Inclusive, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26) ficou bastante em transporte, incluindo frete e logística.
Por isso, a supply chain no Brasil e no mundo não poderá ser mais realizada como era antigamente, caso os países realmente desejem alcançar um futuro sustentável.
A conscientização sobre a sustentabilidade está sendo integrada em muitas indústrias, incluindo infraestrutura e logística. E isso também ocorre pela demanda do mercado consumidor.
O perfil de consumo atual também vai no sentido da sustentabilidade. Há um número crescente de consumidores que prefere empresas dedicadas às práticas verdes.
Portanto, o supply chain management precisa integrar processos ambientais sustentáveis no supply chain tradicional.
Cadeias de suprimentos elásticas
Uma gestão da cadeia de suprimentos flexível, adaptável e responsiva para lidar com fatores e influências externas incontroláveis. Essa é a característica desejável atual para o supply chain management de qualquer empresa. Mais do que desejável, essa resiliência, como demonstramos, é fundamental.
Para atingir essa necessidade, muitas organizações estão adotando o conceito das estratégias “elásticas”. A ideia reside na capacidade e disposição de expandir as maneiras de atender às demandas efêmeras.
Isso depende diretamente de reconhecer que a execução da cadeia de suprimentos é um processo de ponta a ponta, e não somente um meio para um fim.
É, inclusive, uma forma de resolver os problemas dos atrasos na produção e da interrupção logística. O empresário que foca na avaliação e evolução da cadeia de suprimentos, com investimentos em estratégias de cadeia de suprimentos de longo prazo, consegue atender ao conceito elástico.
Por isso, quando implementada com sucesso, uma cadeia de suprimentos elástica pode aumentar ou diminuir, mesmo com os padrões de demanda mais imprevistos. O resultado é excelente: redução de custos, melhorias no serviço, minimização de riscos e maior vantagem competitiva da empresa.
Maior número de stakeholders envolvidos com supply chain
Muitos empresários ainda adotam a prática conservadora de focar em “um grande parceiro comercial”, “um grande cliente” (ou mercado de exportação) e/ou “um grande parceiro” da cadeia de suprimentos.
No entanto, a pandemia nos mostrou o perigo da dependência excessiva de um número limitado de terceiros. Para equipar melhor a cadeia de suprimentos logística, é fundamental identificar parcerias comerciais alternativas.
Há, assim, uma tendência de ampliar a lista de fornecedores, mercados e clientes alternativos, e novos parceiros de transporte e logística.
Os responsáveis pela gestão da cadeia de suprimentos, inclusive, buscam soluções com a terceirização de algumas atividades.
Na importação, por exemplo, as consultorias em comércio exterior vêm sendo fundamentais no contexto atual. Elas contribuem para conferir maior agilidade e resiliência nas cadeias de suprimentos de seus clientes, trabalhando com fornecedores estrangeiros.
Investimento dobrado em tecnologia
A pandemia acelerou o investimento em tecnologia em todas as empresas em função do trabalho remoto. A automação inteligente permitiu operações eficientes, eficazes e seguras em lojas, armazéns, instalações fabris e escritórios corporativos. No entanto, o foco era automatizar toda a operação para que ela se mantivesse viável e competitiva.
Para 2022 e os próximos anos, é impossível pensar em supply chain no Brasil sem maiores investimentos. Especialistas apostam em um nível acelerado de investimento à medida que as empresas buscam melhorar os recursos críticos de planejamento da cadeia de suprimentos.
A ideia é aprofundar na automação, optando por soluções mais avançadas de planejamento e análise preditiva orientada por inteligência artificial.
As ferramentas de Business Intelligence e blockchain também aparecerão na cadeia de suprimentos logística.
Vamos a um exemplo ilustrativo do uso da tecnologia na tomada de decisões. Atualmente, espera-se que profissionais de gestão da cadeia de suprimentos tenham conhecimento profundo sobre commodities, porque isso auxilia a entender o preço certo da compra.
No entanto, muitas empresas tomam decisões de compra de commodities baseadas na experiência. Mas a transformação digital e a tecnologia vieram para mudar isso, pois conseguem aproveitar o fluxo contínuo de informações em toda a cadeia de valor para ter insights para a tomada de decisão mais rápida.
Ferramentas de análise de gastos e software de gestão aumentam a visibilidade de onde, como e quando gastam. Com a consolidação dos gastos, conseguem melhor alavancagem de compra e poder de negociação junto a fornecedores.
Vale, porém, um alerta: a tecnologia desempenha papéis-chave no aprimoramento das operações de negócios, mas o risco cibernético também é uma preocupação crescente.
O ataque cibernético ao Oleoduto Colonial, nos EUA, por exemplo, interrompeu o fornecimento nacional de combustível por dias. Ele revelou a dependência das cadeias de suprimentos modernas em sistemas digitais, o que só se intensificará com a chegada das redes celulares de banda larga 5G.
Integração de tecnologia na força de trabalho
De um lado, vivemos uma escassez no mercado de trabalho voltado ao supply chain em nível operacional e de trabalho de campo. De outro, as novas tecnologias mudaram fundamentalmente a forma como as cadeias de suprimentos operam em escala internacional, com operações modernas focadas nas últimas inovações.
Se somarmos tudo isso, teremos uma mudança positiva na força de trabalho da cadeia de suprimentos: misturar habilidades tecnológicas e humanas para sustentar o crescimento e prevenir erros.
Não à toa, muitas empresas estão repensando sua abordagem de recrutar e engajar a geração Z, que cada vez mais se tornará parte da força de trabalho ativa em um futuro próximo.
O foco é adicionar propósito aos seus objetivos profissionais.
Para saber como atuar melhor com supply chain no Brasil, o empresário deve se atentar às tendências para sua gestão para os próximos anos. O cenário atual ainda é desafiador, mas há possibilidades e práticas que driblam as dificuldades. Uma delas é otimizar essa gestão na importação, que é algo ainda mais complexo.
Uma saída é investir em profissionais especializados e terceirizados para conduzir sua importação empresarial. Gerir uma cadeia de suprimentos que envolve fornecedores estrangeiros é algo complicado, mas os especialistas possuem experiência com a prática.
A Guelcos, por exemplo, o ajuda nas negociações e no acompanhamento de todo o processo de importação. Isso significa encontrar as oportunidades chaves para o seu negócio e garantir um ótimo custo-benefício no supply chain.
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