A importação de componentes eletrônicos é uma possibilidade para as empresas de tecnologia alcançarem maiores lucros. Como não há produção nacional desses produtos, o Imposto de Importação e o IPI apresentam alíquotas baixas.
No entanto, apesar dos potenciais benefícios da operação, o empreendedor que deseja aprender como importar componentes eletrônicos precisa ter atenção. Há diversas nuances que devem ser observadas e que nem todos conhecem.
Quer entender como funciona a importação de componentes eletrônicos da China? Vem com a gente!
Aqui você verá:
- 1. Como funciona a importação de componentes eletrônicos da China
- 2. Quem pode fazer importação de componentes eletrônicos
- 3. Principais documentos exigidos na importação de componentes eletrônicos para o Brasil
- 4. Quais as taxas de importação sobre os componentes eletrônicos da China
- 5. Plano de ação: Produção de Componentes Semicondutores no Brasil
- 6. Erros para evitar ao aprender como importar componentes eletrônicos
- 7. Desafios na hora de realizar a importação de componentes eletrônicos
- 8. Dica de segurança para quem quer importar componentes eletrônicos da China: tenha o auxílio de uma consultoria
1. Como funciona a importação de componentes eletrônicos da China
Utilizar operações de comércio exterior para impulsionar os negócios é uma medida que vem sendo cada vez mais adotada no Brasil. No segmento de componentes eletrônicos, isso é ainda mais relevante, porque o volume de importação é enorme.
Para se ter uma ideia, dados divulgados pela Abinee (Associação Brasileira de Indústrias Elétricas e Eletrônicas) apontam que as importações de produtos do setor totalizaram quase US$ 18 bilhões nos cinco primeiros meses de 2022. Considerando o mesmo período de 2021, houve um crescimento de 10%.
E como realizar a importação de componentes eletrônicos da China?
A importação empresarial pode ocorrer principalmente de duas maneiras:
• Simplificada: a modalidade via courrier depende do pagamento de impostos mais altos e é indicada para produção de protótipos, amostras e materiais urgentes.
• Convencional: realizada por um agente de cargas, com desembaraço aduaneiro feito por um despachante. Dentro deste tipo de importação, há muitas opções de logística, como a logística door to door (porta a porta), contratação de trading etc.
A seguir, apontamos as principais etapas para você aprender como importar componentes eletrônicos da China pela via convencional. Já consideramos que sua empresa está legalizada e habilitada no SISCOMEX (RADAR), ok? Vamos lá:
1. Escolha de produtos e fornecedores;
2. Pedido de cotação e definição da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), para saber o tratamento tributário e administrativo ao importar da China;
3. Elaboração da planilha de custos e estudo de viabilidade da importação da China;
4. Inspeção da fábrica do fornecedor, seguida de negociação;
5. Coleta no exportador, com menção de liberação formal no conhecimento de embarque;
6. Emissão dos documentos de embarque (conhecimento de embarque, Invoice e Packing list);
7. Registro da Declaração de Importação e Licenciamento da Importação, se for o caso;
8. Desembaraço aduaneiro e liberação da mercadoria;
9. Emissão da nota fiscal de entrada e entrega da carga no importador.
O ponto de destaque na hora de aprender como importar componentes eletrônicos é o código NCM. Um erro nessa classificação pode provocar retrabalho e novos custos na importação da sua mercadoria. Por isso, dê especial atenção a essa etapa.
Diante das complexidades na hora de importar componentes eletrônicos da China, você deve estar se perguntando se sua empresa pode fazer a operação.
2. Quem pode fazer importação de componentes eletrônicos
Qualquer empresa legalizada e habilitada no Siscomex pode fazer a importação de componentes eletrônicos. Essa é a plataforma do governo brasileiro onde sua empresa deve estar registrada antes de realizar operações de comércio exterior.
Além da habilitação, é preciso estar atento aos documentos de importação da China!
3. Principais documentos exigidos na importação de componentes eletrônicos para o Brasil
Na hora de realizar uma importação da China, você passará por etapas que exigem documentos específicos.
Antes de embarcar sua mercadoria, você precisará de:
• Certificado de Origem (CO): o fornecedor solicita o CO junto às entidades específicas para comprovar a origem da mercadoria. O documento permite às partes isenção ou redução de impostos na importação em caso de acordos internacionais.
• Packing list: ou romaneio de carga, como é conhecido, é lista com todos os itens nas embalagens que serão embarcadas, ela detalha a mercadoria e facilita a identificação e a localização de produtos do lote.
• Proforma Invoice: documento que inicia o trâmite de importação da China, uma espécie de preliminar de venda. O objetivo é definir a quantidade de produtos (tipo um orçamento oficial).
• Commercial Invoice: é a fatura comercial, que traz todos os detalhes da compra.
• Conhecimento de embarque: emitido pela transportadora, o conhecimento de embarque é o documento que comprova que os produtos estão sob sua responsabilidade. Em outras palavras, ela se comprometerá com a chegada da mercadoria. Pode ser Bill of Lading (BL ou B/L) ou Air Waybill (AWB).
Após o embarque da mercadoria, será preciso providenciar os documentos referentes à fase aduaneira. São eles:
• Licença de Importação: emitida antes ou depois do envio, deve ser registrado pelo importador no SISCOMEX quando for necessária.
• Declaração de importação: o DI registra os dados da operação e traz informações sobre importador, fabricante, classificação fiscal da mercadoria e tributos. É um dos pré-requisitos do despacho aduaneiro.
Agora que você já tem uma noção dos principais documentos ao importar da China, chegamos a uma parte sensível: a tributação.
4. Quais as taxas de importação sobre os componentes eletrônicos da China
O estudo de viabilidade é uma das etapas importantes para quem aprende como importar componentes eletrônicos da China. Isso porque ele traz todos os custos referentes à operação.
Afinal, quais são as taxas relacionadas à importação de componentes eletrônicos? Você deverá considerar:
• ICMS;
• Cofins;
• PIS/PASEP;
• Frete interno;
• Taxas portuárias;
• Frete internacional;
• Despesas bancárias;
• Imposto de importação;
• Taxas de armazenagem;
• Seguro de transporte internacional;
• Imposto sobre Produtos
• Industrializados.
É importante ter conhecimento sobre essas taxas, pois o Governo Federal, em alguns momentos, pode zerar o Imposto de Importação. Isso aconteceu em 2020, com a Resolução nº 48, que zerou o tributo de alguns produtos eletrônicos até 31 de dezembro de 2021. Alguns semicondutores e interfaces de comunicação puderam ser importados com II zero.
Neste sentido, vale a pena destacar o chamado “Plano de ação: Produção de Componentes Semicondutores no Brasil”.
5. Plano de ação: Produção de Componentes Semicondutores no Brasil
Em 2022, o Ministério da Economia lançou o Plano de Ação: Produção de Componentes Semicondutores no Brasil. É uma das ações do governo para mitigar a escassez de semicondutores no país, o que prejudica vários setores produtivos, como agricultura, saúde, transporte e telecomunicações.
E por que esse plano é relevante para quem deseja importar da China componentes eletrônicos? Porque ele é apenas uma das ações previstas pelo governo quanto a esses produtos.
Espera-se que, em breve, seja lançado o Plano Brasil Semicondutores, cujo foco é aumentar a competitividade do Brasil no mercado internacional. Enquanto o plano não sai, o governo pensa em uma possível desoneração da cadeia de semicondutores, o que pode beneficiar os importadores.
5.1. Possível desoneração da cadeia de semicondutores
Com o objetivo de estimular a oferta brasileira de componentes eletrônicos, o governo federal pensa em editar uma Medida Provisória para desonerar a cadeia de semicondutores.
Desde a pandemia da COVID-19, há um problema global de fornecimento dos componentes, que são imprescindíveis para o funcionamento de diversos produtos, que vão de brinquedos a sistemas de defesas.
Com a medida provisória, o governo alteraria o Padis (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores) e a Lei de Informática
E como seria essa desoneração? O pagamento do tributo ocorreria apenas na comercialização do produto acabado.
Vale ficar de olho nas novidades legislativas para perceber novas oportunidades na hora de importar da China.
6. Erros para evitar ao aprender como importar componentes eletrônicos
Até o momento, você já deve ter percebido que há certa complexidade na hora de realizar uma importação de componentes eletrônicos, certo?
A documentação é extensa, bem como os custos, que podem aumentar caso a operação contenha erros. Por este motivo, na hora de aprender como importar componentes eletrônicos, o empresário deve conhecer quais erros são esses para saber como evitá-los.
Apontamos alguns a seguir:
Comprar componentes eletrônicos semelhantes aos originais
Quem não tem conhecimento especializado pode cair no erro de comprar peças semelhantes que não são equivalentes às originais. Uma mudança na letra ou no número pode inviabilizar seu uso. Por isso, é fundamental ter conhecimento na área para evitar o equívoco e contar com fornecedores confiáveis.
Armazenamento inadequado
Você realizou a importação corretamente, e os componentes chegaram até a sua fábrica. O espaço para armazená-los nem sempre é adequado, porque certas peças apresentam necessidades específicas em relação a temperatura e umidade.
Por isso, tenha atenção com as condições de armazenamento, bem como com o tamanho espaço para não danificar suas peças e provocar a perda do lote.
Divergências nos prazos de entrega
Você já ouviu falar em lead time? É o tempo que a mercadoria leva do fornecedor até o cliente. Na hora de saber como importar da China componentes eletrônicos, você realiza sua operação com base no lead time. No entanto, ele pode sofrer interferências que poderiam ter sido consideradas antes de importar da China.
E se o lote chegar cedo demais, provocando custos extras com armazenamento? E se for o contrário e prejudicar a produção?
Para evitar prejuízos, é preciso ter experiência no cálculo do lead time e no planejamento da importação.
Erros de cálculo
Na hora de fazer o cálculo da importação, o empresário deve considerar todas as taxas que apontamos. Porém, os custos são variáveis dependendo do tipo de importação.
Quem contrata uma trading, por exemplo, pode ter custos maiores do que alguém que trabalha junto a uma consultoria de importação para realizar a importação por conta própria.
7. Desafios na hora de realizar a importação de componentes eletrônicos
A crise global provocada pela pandemia do novo coronavírus ainda provoca efeitos em várias indústrias. Os representantes das indústrias de aparelhos elétricos e eletrônicos, por exemplo, apontam que não há previsão para regularizar a oferta de insumos. Isso se torna ainda mais grave com o aumento considerável dos custos.
Neste momento, as empresas estão reféns da importação da matéria-prima, mas não há oferta regular. Em termos práticos, mesmo quando elas realizam o pedido com antecedência, não há certeza sobre a programação de entrega. Soma-se ao atraso com o fornecimento de quantidade diversa da contratada. O cenário é caótico.
Esse é um grande desafio na hora de importar da China componentes eletrônicos. Para tentar driblar o problema, as empresas compram itens no mercado paralelo, mas com preços exorbitantes.
E se o processo produtivo encarece de repente, é impossível seguir um planejamento financeiro.
Além disso, é importante destacar o recente fechamento de algumas indústrias chinesas devido às novas variantes do Covid-19 na China. Mais prejuízo à oferta de produtos, ocasionando falta de insumos.
Por fim, vale pontuar outro empecilho para quem aprende como importar componentes eletrônicos: oscilação cambial. As indústrias compram insumos com uma cotação, mas vendem com outra. Em outras palavras, o importador pode levar um grande prejuízo nessa mudança.
Entretanto, esses desafios podem ser amenizados com o auxílio de uma consultoria especializada em importação da China.
8. Dica de segurança para quem quer importar componentes eletrônicos da China: tenha o auxílio de uma consultoria
Você sabe o que faz uma consultoria de importação? São empresas que ajudam empresários e executivos de diversas verticais do varejo e da indústria a ampliarem seus negócios por meio da importação.
Por meio da prestação de um serviço especializado, o consultor utiliza seu conhecimento qualificado e sua experiência para encontrar as melhores soluções da operação para o empreendedor. Dessa forma, a empresa alcança os melhores resultados na importação da China.
Na Guelcos, tratamos as importações da China como estratégia de negócios. Ou seja, criamos um plano estratégico para que esse tipo de operação passe a ser encarada em seu planejamento como uma estratégia fundamental para seu crescimento.
Na importação de componentes eletrônicos da China, por exemplo, podemos ajudá-lo na seleção e validação de fornecedores, na documentação e no hedge cambial para proteção das oscilações de mercado.
Se você está pensando em aprender como importar da China componentes eletrônicos, tenha em mente as etapas que apontamos. Quando bem realizada, a operação pode trazer muitos benefícios para seu negócio.
Caso contrário, a importação de componentes eletrônicos pode ser uma grande dor de cabeça. Para evitar isso, conte com o auxílio de uma consultoria de importação.